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Mercado de trabalho brasileiro em momento de fragilidade

12/05/2016

Para economista, o cenário que se abre para o mercado de trabalho com o governo Temer é sombrio, dada a perspectiva de amplas reformas trabalhistas que reduzam direitos dos trabalhadores

Escrito por: Ana Luíza Matos de Oliveira*, em Notas FPA de Política Social 12/05/2016

 

Boletim do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que os principais indicadores do mercado de trabalho brasileiro apontam um quadro preocupante se comparado à trajetória vivida nos anos anteriores.

Entre os jovens, a taxa de desemprego passou de 15,30%, no quarto trimestre de 2014, para 20,90%, no quarto trimestre de 2015. Já entre os mais idosos, foi de 2,10% para 2,50% nesse mesmo período. Na desagregação por educação, a evolução que sobressai é a da faixa intermediária (entre fundamental completo e médio incompleto), que cresceu entre o quarto trimestre de 2014 e o mesmo trimestre de 2015 de 8,70% para 12,20%.

Quanto à taxa de participação, seu aumento em 2015 parece ter sido puxado por moradores da região Sudeste, por jovens e por indivíduos que não são chefes do domicílio que habitam. O maior aumento nos dois últimos grupos sugere que, em um ambiente de forte restrição de renda no domicílio, indivíduos que estavam fora do mercado de trabalho resolvem entrar.

Quanto à formalização, o contraste entre os resultados dos grupos dos trabalhadores protegidos (com carteira e militares ou funcionários públicos) e do grupo dos empregados sem carteira junto com os trabalhadores por conta própria e não remunerados moldam a evolução do grau de informalidade. O gráfico abaixo mostra que o nível de informalidade médio da população ocupada em 2015 ficou em 44,80%, o que representa um crescimento de 1,60% em relação a 2014. Também, os mais educados e os mais jovens experimentaram maiores aumentos relativos na taxa de informalidade.

A média do rendimento do trabalho principal apresentou uma redução do primeiro ao quarto trimestre de 2015, passando de R$ 1.915,00 para R$ 1.863,00 (em reais de novembro/2015). A queda no rendimento médio pode ser explicada por aumento do peso relativo de trabalhadores que tendem a ter menores salários e pela diferença de salário entre os contratados e os desligados, com a diferença tendo chegado a 16,60% no último trimestre de 2015. Nota-se uma diminuição nos rendimentos dos menos escolarizados e estabilidade no rendimento dos ocupados mais escolarizados. As mulheres apresentaram crescimento de 1,20% no rendimento médio real, enquanto para os homens houve um declínio de 0,60% no mesmo período. Em relação à faixa etária, os jovens apresentaram a maior queda no rendimento real em 2015.

O cenário que se abre para o mercado de trabalho com o governo Temer é sombrio, dada a perspectiva de amplas reformas trabalhistas que reduzam direitos, em especial em um momento de fragilidade da classe trabalhadora devido à deterioração dos índices do mercado de trabalho, como mostra o boletim do Ipea.

 

*economista

Boletim de Política Social da Fundação Perseu Abramo - Ano 4 - nº 309 - 12/05/2016

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