Com a participação de 35 dirigentes sindicais da capital e do interior, a CUT Minas Gerais reuniu o seu Coletivo de Formação para discutir temas do curso de negociação coletiva e da política de formação da Central. A reunião aconteceu ontem (18), das 9h às 17h30, na Escola Sindical 7 de Outubro.

Adilson Pereira, coordenador geral da Escola 7, parabenizou a CUT Minas e seus sindicatos de base pela iniciativa de valorizar a formação sindical. Ele destacou a solidariedade de classe como princípio fundante e impulsionador da criação da Escola Sindical 7 de Outubro.

“Sem o intercâmbio entre os trabalhadores mineiros e italianos, a Escola não seria realidade, e este princípio continua a ser fator decisivo para o processo de revitalização deste instrumento da formação sindical CUTista, que completará 30 anos em 29 de agosto de 2017”,  disse Adilson quando abordou a história da Escola Sindical 7 de Outubro e seu projeto de fortalecimento para o próximo período.

Para Gilmar de Souza, secretário de formação da CUT Minas, a Escola 7 tem cumprido um importante papel na discussão de temas estratégicos para a formação da consciência de classe dos trabalhadores e das trabalhadoras.

Nesse sentido, integrar a atividade de Núcleo de Estudos da Escola 7 e a reunião do Coletivo de Formação da CUT Minas potencializa a formação sindical CUTista, num contexto em que se exige maior reflexão sobre a ofensiva do capital contra os direitos da classe trabalhadora, segundo Gilmar. Essa reflexão deve preparar a militância para a contraofensiva, na defesa dos direitos e da qualidade de vida da população, disse.

Na parte da manhã, o educador Emanoel Sobrinho, Escola 7, conduziu a metodologia que problematizou da estrutura sindical brasileira, apontando os elementos de funcionalidade do corporativismo para o processo desenfreado de acumulação do capital das elites. Nos anos 70 e 80, a resistência do novo sindicalismo ao corporativismo sindical fez erigir a CUT como instrumento das lutas da classe trabalhadora brasileira por melhores condições de vida e trabalho, defendendo a liberdade e autonomia sindical para organizar a conquista de direitos e democracia, em direção ao socialismo.  

Nesta oportunidade, a concepção do Programa de Negociação e Contratação Coletiva foi apresentada ao Coletivo de Formação da CUT Minas. Denise de Paula, dirigente do Sind-UTE/MG, reconheceu a importância da Escola 7 submeter a proposta de ações para a formação de dirigentes em negociação coletiva. Para ela, esta iniciativa representa uma postura democrática e que garante a corresponsabilidade dos sindicatos CUTistas com a implementação do Programa.

Para Jairo Nogueira, dirigente do Sindieletro e secretário-geral da CUT Minas, o Programa é estratégico para o movimento sindical, e realizar a formação de apenas uma turma regional do curso de negociação coletiva talvez seja insuficiente para atender a demanda de preparação de dirigentes nesta área, considerando o contexto atual de desafios para defender direitos e valorizar o trabalho humano contra a exploração do capital.

Na parte da tarde, a educadora Silvia De Martin, Escola 7, assessorou os trabalhos do Coletivo de Formação da CUT Minas, sob a coordenação do Gilmar de Souza. Os trabalhos visaram fortalecer o papel do Coletivo na gestão democrática da política de formação da CUT Minas, em sintonia com os encaminhamentos do 19º Encontro Nacional de Formação da CUT (2016).

Silvia De Martin apresentou a estratégia e os programas formativos do Plano Nacional de Formação de Dirigentes da Central que serão implementados no período de 2016-2017 pela Escola 7 nos estados de Espírito Santo, Minas e Rio. Ela também destacou a realização do Encontro Regional de Formação da Escola, agendado para os dias 26 e 27 de julho.

José Luiz Fazzi, assessor do Sindieletro, propôs um desenho organizativo para o Coletivo de Formação no sentido de garantir a continuidade dos trabalhos, articulado ao processo formativo de dirigentes sindicais CUTistas. Nesta proposta, o Coletivo terá grupos operativos responsáveis pela mobilização, infraestrutura e temas formativos dos encontros mensais. A próxima reunião está prevista o dia 22 de agosto, na sede do Sindieletro, bairro Floresta de Belo Horizonte.

Alexandra Marques, dirigente do STMEIC e secretária de formação da Federação Estadual dos Metalúrgicos de Minas Gerais (FEM), afirmou que a Federação está à disposição para contribuir no fortalecimento das ações formativas da CUT Minas e da Escola Sindical 7 de Outubro. “Queremos jogar peso no processo de formação dos metalúrgicos e possibilitar a troca de experiências com os demais trabalhadores dos ramos organizados pela CUT”, disse.

Para Gilmar de Souza, a reunião do Coletivo de Formação superou todas as expectativas. Ele destacou a formação como arma contra a desinformação, contrainformação e alienação imposta pela mídia hegemonizada pelo capital.

“Realizamos uma reunião representativa, com a participação de 16 entidades sindicais CUTistas, do campo e das cidades, da capital e do interior, dos trabalhadores do setor público, da iniciativa privada e da agricultura familiar”, afirmou. Ele agradeceu também a presença dos dirigentes das demais secretarias da CUT Minas, como Lucimar Martins, secretária da mulher trabalhadora, Marcos Leandro, secretário de relações do trabalho, Sabrina Ribeiro, secretária de juventude, e Jairo Nogueira, secretário-geral.