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Escola 7 conclui curso de negociação coletiva e certifica participantes

21/11/2016

30 dirigentes sindicais dos estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro foram certificados.

Escrito por: Emanoel Sobrinho, educador da Escola Sindical 7 de Outubro

 

Turma de dirigentes sindicais do Curso de NCC da Escola Sindical 7 de Outubro (2016)

O terceiro módulo do Curso de Negociação e Contratação Coletiva (NCC) aconteceu entre os dias 07 e 10 de novembro, com a participação de dirigentes sindicais dos estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Neste módulo, a Escola Sindical 7 de Outubro realizou a certificação dos participantes, com a presença de Gilmar de Souza, direção do Sindieletro-MG e secretário estadual de formação da CUT Minas.

O balanço da campanha salarial 2016 da CONTRAF (Bancários), a Rádio Peão do Sindieletro-MG e a simulação da mesa de negociação foram destaques no desenvolvimento metodológico do terceiro módulo do Curso de NCC.

Deodato Soares, dirigente do SINTRAF Teófilo Otoni falou sobre a estratégia nacionalmente articulada de luta dos bancários para garantir conquistas na mesa de negociação contra a ganância capitalista dos banqueiros. Para ele, a comunicação e a mobilização de base da categoria alterou a correlação de forças na mesa, resultando em ganhos econômicos que valerão por dois anos no Contrato Coletivo de Trabalho (2016-2018). A campanha salarial da CONTRAF é um parâmetro importante para as lutas por melhores salários e condições de trabalho das demais categorias que negociam seus acordos coletivos no segundo semestre deste ano, avaliou Deodato.

A Rádio Peão ocupou o Curso de NCC da Escola Sindical 7 de Outubro. Com forte inspiração no Teatro do Oprimido de Augusto Boal, a Rádio Peão é um instrumento lúdico e interativo de trabalho de base construído pela direção do Sindieletro-MG para a elaboração da pauta de reivindicações da campanha salarial 2016 dos eletricitários da CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais). Botelho Pressão e Faísca foram os personagens criados para a locução da rádio, encarnados nesta montagem especial na Escola 7 pelos dirigentes sindicais eletricitários Marcelo Borges e Vicente Nascimento. Destaque também para “Cleusdete”, personagem encarado por um dos cursistas, o dirigente metalúrgico Paulo Alexandre (METASITA), que atuou como repórter de campo na interação com os participantes.

Faísca (à esquerda) e Botelho Pressão (à direita), locutores da Rádio Peão do Sindieletro-MG  -                      (Foto: Emanoel Sobrinho)

José Luiz Fazzi, assessor de formação do Sindieletro, destaca que todo o roteiro, os personagens e as músicas da Rádio Peão foram elaborados pela direção do Sindicato com o apoio da ONG Parangolé, tendo como referência a cultura de classe dos eletricitários da CEMIG.

Após a apresentação da Rádio Peão, Gilmar de Souza, Vicente Nascimento, Marcelo Borges e Fazzi bateram um papo com os cursistas sobre a situação da campanha salarial em andamento do Sindieletro-MG na CEMIG e estratégias utilizadas na mesa de negociação.  Para eles, além da conjuntura não ser favorável, o fim da sentença normativa da Justiça do Trabalho pode colocar em risco uma série de direitos conquistados pelos eletricitários da CEMIG, por isso, a categoria e o Sindicato estão em estado permanente de mobilização para defender os interesses dos trabalhadores.

Paulo Alexandre (Japa) interpretou a Cleusdete, repórter de campo da Rádio Peão  -               (Foto: Emanoel Sobrinho)

Já a simulação da mesa de negociação focou na campanha salarial dos trabalhadores públicos municipais, maior público do Curso de NCC da Escola Sindical 7 de Outubro. A partir de um roteiro construído coletivamente, representantes sindicais dos trabalhadores, de um lado, e da gestão pública municipal, do outro, apresentaram seus argumentos com propostas e contrapropostas para estabelecer um acordo em torno da valorização dos salários/vencimentos do funcionalismo público. Foram duas rodadas de negociação, com direito a interferência da base para pressionar os gestores. Sem acordo entre as partes sobre o percentual de reajuste salarial, o desfecho foi acompanhado por ameaça de greve dos trabalhadores. Em seguida, os observadores da simulação de mesa apresentaram suas conclusões sobre o processo.

Dirigentes sindicais cursistas dos estados de Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro  -            (Foto: Emanoel Sobrinho)

Para Marcos Leandro, dirigente de formação da FETAM-MG e secretário de relações de trabalho da CUT Minas Gerais, o comportamento autoritário da gestão pública municipal, encarnado pelos cursistas da bancada patronal, não é diferente daquele que os sindicatos encaram nos processos negociação coletiva com a administração pública.

Para Maristela Nair, dirigente dos municipais do SINDJONE-ES e vereadora, o conhecimento da legislação, das peças orçamentárias e da realidade das contas públicas municipais é fator relevante para fortalecer a argumentação dos trabalhadores nas rodadas de negociação com os gestores públicos.

 

Avaliação do Curso de NCC

Gilmar de Souza, à esquerda, e Adilson Pereira, à direita, participaram da avaliação coletiva do Curso  -                                          (Foto: Emanoel Sobrinho)

O último dia de programação do terceiro módulo foi reservado para avaliação do Curso. A partir de uma dinâmica, os participantes manifestaram seus olhares avaliativos sobre a experiência vivenciada, contando com a participação da CUT Minas e da coordenação da Escola Sindical 7 de Outubro.

Para Gilmar de Souza, a formação tem que está articulada com o processo de libertação da classe trabalhadora. Ele parabenizou a Escola Sindical 7 de Outubro por construir um processo formativo baseado no intercâmbio de experiências com forte integração dos cursistas e engajamento nas lutas da classe trabalhadora por direitos.

Seguindo a avaliação dos participantes, Gilmar acredita ser relevante a realização do quarto módulo com a participação dos egressos como momento de atualizar as possíveis mudanças da conjuntura no processo de negociação coletiva e avaliar o impacto do Curso de NCC nas campanhas salariais.

Adilson Pereira, coordenador geral da Escola Sindical 7 de Outubro, falou sobre o momento de resistência dos trabalhadores contra a escalada global da ofensiva conservadora. Com a eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA, entra na cena política mais um adversário dos direitos da classe trabalhadora e dos povos oprimidos.

Para Adilson, a realização do Curso de NCC esteve articulado ao processo de revitalização da Escola Sindical 7 de Outubro. Durante os três módulos, foi possível acompanhar as pequenas mudanças realizadas na infraestrutura e nos serviços da Escola, que visaram construir um ambiente mais favorável para a formação sindical e a recepção dos cursistas.

Adilson também convocou os cursistas para dialogarem com os sindicatos e suas bases de representação sobre a Campanha R$ 1 por sindicalizado para a Escola Sindical 7 de Outubro. Com esta Campanha, a Secretaria Nacional de Formação da CUT pretende arrecadar fundos que promovam melhorias na parte física da primeira escola sindical da Central, que completará 30 anos em 2017, disse.

 

Balanço em números

Em breve balanço, os três módulos do Curso contaram com uma média de 32 participantes. Destaca-se o baixo índice de evasão ao longo do percurso iniciado em agosto de 2016, considerando que 30 dirigentes sindicais atenderam os critérios para certificação pela Escola Sindical 7 de Outubro e SNF/CUT.

Gilmar e Adilson certificam os cursistas João Batista (Sinttel-MG) e Milene Nunes (Senalba-ES)  -                           (Foto: Emanoel Sobrinho)

 

Opinião dos Cursistas

Everton Gandra, dirigente do METASITA:

Primeiramente, FORA TEMER. Gostaria de agradecer a Escola 7 e a CUT pela sensacional oportunidade de formação através do curso de NCC. Para resumir em apenas uma frase: a integração entre os Ramos CUTistas e suas peculiares, eis o grande mérito do Curso!

José Carlos, dirigente do SINTRAMON:

O NCC pra mim foi um estágio intensivo sobre sindicalismo. Estou na militância há apenas quatro meses e logo após o primeiro módulo, pude perceber que eu já possuía ferramentas argumentativas para tratar com a nossa base. Conhecer outras realidades, outros contextos e outras histórias possibilitou-me uma expansão de horizonte.

Não pude contribuir como muitos companheiros experientes, mas tenho certeza que os observei e pude aprender muito. A negociação coletiva é uma arte que envolve interesses de muitos trabalhadores que só podem contar com o seu sindicato. Portanto, é uma responsabilidade enorme, porém o Curso de NCC forneceu ferramentas que mitigam o receio de enfrentar uma mesa de negociação.

Por isso, tenho certeza que as experiências do Curso serão de grandevalia nas campanhas salariais futuras.

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