ESCOLA 7 DE OUTUBRO > LISTAR NOTÍCIAS > DESTAQUES > MULHERES OCUPARÃO AS RUAS NESTE 8 DE MARÇO
08/03/2018
Março é o mês de intensificar a luta das mulheres. De enfrentar o golpe que está desmontando o Estado brasileiro, que vem retirando direitos. Afinal, são as mulheres as mais impactadas frente às medidas deste governo golpista e ilegítimo de Michel Temer (MDB-SP).
São as mulheres trabalhadoras, as mulheres negras, índigenas, as mulheres trans, as quilombolas, as mulheres de rios e igarapés que têm perdido mais e mais direitos.
“As ruas são o nosso lugar, não tem outro caminho. Será nas ruas que vamos derrubar esse governo golpista. Será nas ruas que nós vamos construir a democracia”, diz a vice-presidenta da CUT Nacional, Carmen Foro, ao convocar as mulheres para as manifestações que ocorrerão em todo o País, nesta quinta-feira (8), em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.
Carmen lembra que a perda dos direitos trabalhistas e sociais está sendo devastadora para as mulheres e acrescenta que “é preciso sair do conforto e ir para o confronto da disputa de projetos políticos que queremos para as mulheres e para o país”.
“Neste dia 8 de março, dia simbólico de luta, de mobilização, teremos de nos levantar. Impulsionar outras mulheres e ocupar as ruas do país para dizer em bom e claro tom, que não aceitamos a retirada de direitos, o golpismo e a ausência de democracia”.
Golpistas levam escracho de trabalhadoras
Um exemplo claro de que este governo ilegítimo de Temer não tem a mínima ideia das necessidades e reivindicações das mulheres trabalhadoras foi o fiasco cometido pelo Ministério do Trabalho que, ao tentar “homenagear” o Dia Internacional das Mulheres, virou motivo de escracho nas redes sociais.
No último domingo, dia 04/03, por meio do Twitter, o Ministério perguntou “o que é ser trabalhadora”. Uma, dentre centenas de internautas, respondeu: “É trabalhar o dia inteiro e ouvir do “presidente da república” que as mulheres são fundamentais para a economia do país por conhecerem os preços do supermercado”.
Ela se referia a Temer, que afirmou em 8 de março do ano passado, “que cabe à mulher cuidar da casa e da formação dos filhos", e que a mulher tem uma grande participação na economia do país porque é “capaz de indicar os desajustes de preços em supermercados” e “identificar flutuações econômicas no orçamento doméstico”.
Este é um dos exemplos das respostas das mulheres que ainda reivindicaram melhor remuneração, equiparação aos ganhos dos homens, respeito no ambiente de trabalho já que são “taxadas de cabeça dura e com ‘personalidade forte’ por adotar a mesma postura de um homem que é visto como diligente e assertivo”, além de ouvirem em entrevistas de emprego “que preferem contratar homens porque eles não sentem cólica, nem engravidam”, entre outros argumentos machistas.
Para a vice-presidenta da CUT, a pergunta sem noção, típica de quem não conhece a realidade das mulheres. Elas sabem exatamente o que é ser trabalhadora. Seja no campo, seja na cidade, seja ela trabalhadora do serviço público. “A pergunta que deveria ser feita é como essas trabalhadoras poderão ser respeitadas em seus locais de trabalho, ter garantias dos seus direitos, garantias das conquistas importantes que estão indo para o lixo da história, sem reconhecimento do nosso papel enquanto trabalhadora”.
Carmen critica ainda a reforma trabalhista, que na lógica dos golpistas é uma modernização, mas que para trabalhadores e trabalhadoras é retrocesso.
“A grande mensagem deste 8 de março é: não aceitamos mais tanta desigualdade no mundo”, finaliza.
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