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Formação com mística e lutas do campo

19/02/2019

FETRAF-MG/CUT realizou encontro regional na Zona da Mata e Leste de Minas para resgatar a história do sindicalismo da agricultura familiar e debater o papel dos sindicatos na conjuntura atual de lutas

Escrito por: Emanoel Sobrinho, educador da Escola Sindical

 

No Centro de Formação do SINTRAF Espera Feliz aconteceu o encontro regional de lideranças e funcionários de sindicatos dos trabalhadores da agricultura familiar, em 14 de fevereiro. Mais de 50 participantes tiveram oportunidade de conhecer a história do sindicalismo da agricultura familiar da Zona da Mata e Leste de Minas e debater os desafios das lutas populares por direitos e democracia.

Esse encontro se articula ao contexto em que a CUT-Brasil e demais centrais sindicais realizarão no dia 20 de fevereiro (amanhã) uma grande assembleia em São Paulo para combater a reforma da previdência social proposta pelo governo Bolsonaro, chama atenção Lucimar Martins, coordenadora geral da Federação Estadual dos Trabalhadores da Agricultura Familiar de Minas Gerais (FETRAF-MG) e secretária de mulheres da CUT-MG.

Para Lucimar, amanhã será dia de demonstrar que a luta coletiva e a resistência popular fazem diferença para defender os direitos sociais da classe trabalhadora brasileira.

Desde a edição da MP 871, os sindicatos da agricultura familiar estão sob o ataque do governo atual, pois essa medida prevê, entre outras coisas, que a EMATER emita a declaração de atividade rural para as e os trabalhadores do campo, papel desempenhado historicamente pelas entidades sindicais representativas do campo, destaca Juseleno Anacleto, coordenador de organização sindical da FETRAF-MG.

Não se trata apenas da tentativa de retirar dos sindicatos a ação voltada para a previdência social dos seus filiados, mas de impedir que as e os agricultores familiares tenham seus direitos previdenciários garantidos pelo Estado brasileiro, enfatiza Juseleno.

Na parte da manhã, com muita mística e comunhão, os e as dirigentes e funcionários de entidades sindicais puderam se reencontrar com as origens do sindicalismo nas regiões Zona da Mata e Leste de Minas, bem como a evolução das lutas por direitos e políticas públicas para a agricultura familiar. A partir dos relatos de João Lima, Derli, Tereza, Elza Ilza e Juseleno, foram resgatados diferentes momentos da história e trajetória de organização dos trabalhadores do campo, da década de 1980 até os anos 2000.

Derli chamou atenção para o protagonismo dos assalariados rurais e do papel educativo de padres progressistas da Igreja Católica que impulsionaram a organização dos primeiros sindicatos, a partir de 1984. João Lima, um dos fundadores do SINTRAF Espera Feliz, abordou as dificuldades financeiras e as perseguições às lideranças do campo. Inclusive, Tereza enfatizou a importância da organização e da confiança entre os companheiros e as companheiras para montar estratégias de luta.

Já Elza Ilza falou sobre a organização das mulheres no movimento sindical do campo e da CUT para combater o machismo e lutar por igualdade de direitos e de oportunidades, inclusive, nas direções sindicais. Enquanto que Juseleno abordou as lutas mais recentes pela conquista do Pronaf, do Crédito Fundiário, da Habitação Rural, a partir do sindicalismo e associativismo da agricultura familiar.

Na parte da tarde, Emanoel Sobrinho, educador da Escola Sindical 7 de Outubro, abordou a dimensão histórica da luta do movimento sindical dos trabalhadores rurais pela reforma agrária e os desafios atuais da luta por direitos sociais, com destaque para o combate à reforma da previdência social, cuja proposta atual visa potencializar o lucro dos bancos privados, de um lado, e inviabilizar o direito previdenciário conquistado pelos agricultores familiares, do outro.

Tereza ainda reforçou que a ação sindical não se resume ao direito previdenciário e que os sindicatos devem garantir sua participação nas lutas pela defesa dos interesses das e dos agricultores familiares por melhores condições de trabalho e vida no campo.

Sob a coordenação de Genilton Miranda, secretário geral da FETRAF-MG, as e os participantes avaliaram a importância de se realizar de forma mais permanente encontros de formação sindical para discutir formas de organização, diálogo e trabalho de base com as e os agricultores familiares, a fim de assegurar uma maior capacidade de mobilização e resistência coletiva aos ataques dos setores conservadores encastelados nos parlamentos e no poder executivo, tanto de Minas Gerais como no Brasil.

Farinhada, artista popular e liderança da agricultura familiar e do movimento negro, envolveu todos e todas numa grande ciranda. Com movimento do corpo e cantigas de roda, Farinhada encerrou os trabalhos do encontro entoando o lema: ninguém solta a mão de ninguém!, para lembrar que ninguém está sozinho na hora de fazer a luta.

Adilson Pereira, coordenador da Escola Sindical, reforça o papel da formação para a organização e luta pelo direito à educação das e dos agricultores familiares. Desde a sua fundação, a Escola Sindical 7 de Outubro teve sua história construída pelos trabalhadores da agricultura familiar e, nessa caminhada, muitas experiências educativas contribuíram para discutir o modelo do desenvolvimento rural e o lugar da educação no processo de transformação libertadora do campo, destacou Adilson.

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