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Quem educa também luta!

15/10/2015

Escola Sindical 7 de Outubro homenageia os/as professores/as brasileiros/as pelo seu aniversário político

Escrito por: Escola Sindical 7 de Outubro

 

Anísio Teixeira, Antonieta de Barros, Florestan Fernandes, Milton Santos, Paulo Freire, Cecília Meireles, Helena Antipoff são exemplos de professores/as que não se limitaram à docência na sala de aula e se desafiaram a lutar pela construção de um Brasil democrático, justo, igualitário e inclusivo, tendo a educação como instrumento de cultura e mudança da realidade do povo brasileiro.

 

Somos tributários dos ensinamentos deles/as e de tantos outros/as professores/as, que deixaram e deixam importantes contribuições para a práxis educativa e cultural no Brasil e no mundo.

 

Nesse sentido, escolhemos pequenos trechos do vasto ensinamento do mestre Paulo Freire (1921-1997) para homenagear os/as docentes no seu aniversário político, em 15 de outubro. As sentenças, abaixo, estão contidas no livro Pedagogia da Autonomia, a última obra de Paulo Freire publicada em vida, no ano de 1996.

 

Trata-se de uma obra voltada para a reflexão crítica das experiências de ensino-aprendizagem imbuídas de rigor ético, pedagógico, político e humanista, considerando a perspectiva dos sujeitos protagonistas do processo de ensinar e aprender: professores/as e educandos/as.

 

Para Freire, “não há docência sem discência”. Por isso, a relação dialógica entre professor/a e educando/a possibilita a invenção criadora e criativa do saber. Ao criar/reconstruir saberes e experiências, aprendemos que construir um “outro mundo” é possível, com mulheres e homens eticamente comprometidas/os com a esperança, com a beleza e com a justiça social.

 

Na oportunidade, solidarizamo-nos às lutas de todos/as profissionais da educação pela valorização da carreira, pela efetivação do piso nacional do magistério, pela destinação dos royalties do petróleo para a Educação e pelo cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação.

 

Nossos agradecimentos, Professor/a e Funcionários/as da Educação!

 

 

Trechos da Pedagogia da Autonomia (1996):

 

“Quando vivemos a autenticidade exigida pela prática de ensinar-aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética, em que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e com a seriedade.”

 

A luta dos professores em defesa de seus direitos e de sua dignidade deve ser entendida como um momento importante de sua prática docente, enquanto prática ética. Não é algo que vem de fora da atividade docente, mas algo que dela faz parte. (...) ‘Não há o que fazer’ é o discurso acomodado que não podemos aceitar.”

 

“Desrespeitado como gente no desprezo a que é relegada a prática pedagógica não tenho por que desamá-la e aos educandos. Não tenho por que exercê-la mal. A minha resposta à ofensa à educação é a luta política consciente, crítica e organizada contra os ofensores.

 

Uma das formas de luta contra o desrespeito dos poderes públicos pela educação, de um lado, é a nossa recusa a transformar nossa atividade docente em puro bico, e de outro, a nossa rejeição a entendê-la e a exercê-la como prática afetiva de ‘tias e de tios’. É como profissionais idôneos – na competência que se organiza politicamente está talvez a maior força dos educadores – que eles e elas devem ver-se a si mesmos e a si mesmas.”

 

A esperança é uma espécie de ímpeto natural possível e necessário, a desesperança é o aborto deste ímpeto. A esperança é um condimento indispensável à experiência histórica. Sem ela, não haveria História, mas puro determinismo. Só há História onde há tempo problematizado e não pré-dado. A inexorabilidade do futuro é a negação da História.”

 

A desproblematização do futuro numa compreensão mecanicista da História, de direita ou de esquerda, leva necessariamente à morte ou à negação autoritária do sonho, da utopia, da esperança. É que, na inteligência mecanicista, portanto, determinista da História, o futuro é já sabido.”

 

O mundo não é. O mundo está sendo. Como subjetividade curiosa, inteligente, interferidora na objetividade com que dialeticamente me relaciono, meu papel no mundo não é só o de quem constata o que ocorre, mas também o de quem intervém como sujeito de ocorrências. Não sou apenas objeto da História, mas seu sujeito igualmente. No mundo da História, da cultura, da política, constato não para me adaptar, mas para mudar.”

 

“É preciso, porém que tenhamos na resistência que nos preserva vivos, na compreensão do futuro como problema e na vocação para o ser mais como expressão da natureza humana em processo de estar sendo, fundamentos para a nossa rebeldia e não para a nossa resignação em face das ofensas que nos destroem o ser. Não é na resignação, mas na rebeldia em face das injustiças que nos afirmamos.”

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