Na madrugada de 31 de março para 1º de abril de 1964, tropas militares marcharam em insurgência à Constituição Federal e ao seu comandante-em-chefe, o presidente da República, João Goulart, para operar no campo militar o golpe então em curso.

No dia 2 de abril, também de madrugada, o presidente do Congresso Nacional declarou vaga a presidência da república e dá posse ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Álvaro Ribeiro da Costa. Esse ato consolidou o lado institucional do golpe. A mídia, em especial a Rede Globo, já noticiavam fartamente o golpe, como fato consumado. Começavam então um longo período de 21 anos de ditadura civil-militar, que tantos infortúnios trouxeram ao país. 

Há muitas semelhanças entre o golpe de 1964 e o processo golpista que vemos hoje no Brasil. Os atores são os mesmos, à exceção das forças armadas, hoje substituídas pela Polícia Federal. Se em 1964 o STF teve o papel de operar como coadjuvante, no presente os justiceiros de toga agem como protagonistas. 

Como ontem, o golpe hoje é planejado e não obedece apenas aos anseios fascistas da direita conservadora. Atende também aos interesses geopolíticos dos EUA, que não se conformam com os BRICs e a consequente reorganização internacional do poder. 

A ditadura inaugurada em 1964 colocou meio milhão de brasileiros sob suspeição, 200 mil investigados, 20 mil torturados, 10 mil exilados e mortos, incluindo indígenas e camponeses. Temos hoje ainda 210 desaparecidos. Mais que isso, a ditadura colocou sob intervenção 536 sindicatos, violou correspondências de toda ordem e sigilos bancários, pregou o ódio e a delação entre familiares. 

O processo golpista atual marcha para criar um estado policial, fundamentalista e moralista, no qual a Constituição será mudada sem a participação do povo e os direitos de cidadania serão restringidos. 

Basta ver quem são os deputados que apoiam o golpe. Basta analisar o histórico político de alguns, para identificar o caráter de seus seguidores.

E junto com o golpe, virão pragas diretamente para cima do trabalhador. O arrocho salarial, a aprovação de projetos como o PL 4330, que acaba com a carteira assinada, o desemprego, a subserviência aos ditames do FMI.

Se você, capixaba, não deseja nova ditadura, nos exércitos de miseráveis e pobre, aumento da bandidagem, e nem que o nosso país volte a ser quintal do império norte-americano, venha mostrar sua indignação no dia 31 (hoje), às 18h, em frente à Assembleia Legislativa do ES, no ato político cultural da Frente Brasil Popular.

Não vai ter golpe, vai ter luta. Pela Democracia, sempre!

Em defesa dos direitos dos trabalhadores do Brasil!